quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Minha poesia inerte


Ana Graziela Cabral

O desassossego dos vivos me incomoda
Quebra o silêncio da minha lápide
Rompe a poesia estática da minha inércia
E enquanto eles correm insanos
Ensaio meu passo fúnebre.
O canto do galo desperta meu olhar cansado
Mas o canto fino e triste da cigarra
Puxa o fio que prende o manto escuro de Deus.
A noite cai pesada como o tecido do manto
Na sensação mais plena de morte que já experimentei.

Patos de Minas, 26 de novembro de 2008

Nenhum comentário: