quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Fado profano




Ana Graziela Cabral

Um roto sentimento humano
Como fosse fada
De fado profano

Um grito sedento buscando
Quem poça lhe ouvir
O distúrbio insano

Um sino de soar soturno
Que me empurra ao pranto
Com uma vela em punho

Um beijo em desejo envolto
Transpirando sonhos
De um anjo impuro

Cabelos soltos e revoltos
Ao tocar do vento
Que sai dos teus punhos

Espanco-me em pensamentos
Queimo-me em incensos
Calo-me em murmúrios.

João Pinheiro, 27 de maio de 2007.

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