segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Guardei em lenço as lágrimas no bolso





Ana Graziela Cabral

Em noites de silêncio enluarado
Parece-me mais frio o calabouço
Pois gélidas saudades me namoram
Lembranças que guardei daquele moço

Furiosas fitas de um vento gelado
Parecem me arrebatar ao arcabouço
De arquétipos angelicais que choram
Velando as canções que agora ouço

E nada mais deixou-me por legado
Que breves alegrias em esboço
E mãos mais hábeis, olhos que choraram
Guardando em lenço as lágrimas no bolso

Não voltas? Uma pena, pois te digo:
Sei muito mais que antes meu amigo.
Canções, perfumes, lábios no pescoço...
Poderia eu causar até ciúmes
Na leve brisa que te beija o rosto

Se voltas, te prometo, há perigo!
Pois tramo com o vento o teu castigo
Por notas musicais e aromas finos
Eu ei de aprisionar em mim teu rosto
E com meus lábios sufocar teu riso


Patos de minas, 03 de agosto de 2008.

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