Ana Graziela Cabral
Rasga-me a paz esse pulsar latente
Como o expurgar de um ferimento em chamas
Sobe a garganta, espasmos loucos, soluços veementes
Sem piedade, a consciência meu coração espanca
Mas sinto e calo, mordo os lábios, sufoco a torrente
Condenso as mágoas, pressiono os calos, aperto as correntes
Verto em espasmos e atiro ainda as palavras quentes
Que machucam e ferem a folha branca a minha frente
De mim me esvaio, gota de orvalho que o sol machuca
Brisa sem brumas, mar sem espumas, farpas em dunas
Morro em meus versos, mórbidos vermes incandescentes
Que me devoram em meu inferno de ser, somente
Não sou mais vida, sou só meu verbo que estupra e suja
A folha virgem que converteu-se em bandeja imunda
Nela decepo as minhas fibras, e uma a uma
Vão desenhando com tons sanguíneos, funesta urna.
João Pinheiro, 05 de Maio de 2007
Como o expurgar de um ferimento em chamas
Sobe a garganta, espasmos loucos, soluços veementes
Sem piedade, a consciência meu coração espanca
Mas sinto e calo, mordo os lábios, sufoco a torrente
Condenso as mágoas, pressiono os calos, aperto as correntes
Verto em espasmos e atiro ainda as palavras quentes
Que machucam e ferem a folha branca a minha frente
De mim me esvaio, gota de orvalho que o sol machuca
Brisa sem brumas, mar sem espumas, farpas em dunas
Morro em meus versos, mórbidos vermes incandescentes
Que me devoram em meu inferno de ser, somente
Não sou mais vida, sou só meu verbo que estupra e suja
A folha virgem que converteu-se em bandeja imunda
Nela decepo as minhas fibras, e uma a uma
Vão desenhando com tons sanguíneos, funesta urna.
João Pinheiro, 05 de Maio de 2007
Nenhum comentário:
Postar um comentário